885 dias. Dia 30 de agosto de 2020, Payback no Performance Center da WWE. Roman Reigns faz o pinfall em Braun Strowman (em uma luta que também contava com Bray Wyatt) e conquista o Universal Championship. De lá pra cá, foram 26 defesas de cinturão, incluindo a formação de uma das stables mais dominantes na história da empresa, The Bloodline, e a conquista do WWE Championship também, unificando dois cinturões e sendo Undisputed WWE Universal Champion a 303 dias.
E em todo esse contexto do reinado do “Tribal Chief”, muitos foram os lutadores que tentaram destroná-lo, mas ninguém conseguiu até este presente momento. Edge, John Cena, Kevin Owens, Jey Uso e alguns outros, mas um em específico me chama a atenção: Drew McIntyre. Eles já haviam se enfrentado em anos anteriores, mas voltaram a se encontrar no Survivor Series 2020.
Em um confronto onde Drew McIntyre era o WWE Champion e representava o RAW contra Reigns, o representante do SmackDown, Drew foi chamado por Reigns de “seu número 2 favorito” e foi derrotado no grande evento. E muita coisa aconteceu de lá pra cá, ou melhor, de lá pra 2022, principalmente com Drew. Perdeu seu cinturão, tentou reconquistá-lo várias vezes mas não conseguiu, e ainda viu Reigns unificar os dois principais cinturões da empresa.
Eis que, após derrotar Sheamus, Drew recebe uma oportunidade pelo cinturão unificado no Clash at the Castle. O primeiro pay-per-view (Ou evento premium) da WWE no Reino Unido desde 2003, um dia especial. Drew volta com sua música antiga, “Broken Dreams” e o público clama pela vitória do escocês em seu próprio continente. Resultado final? McIntyre derrotado após interferência de Solo Sikoa e o reinado de Roman Reigns continua.
Eu até entendo você não achar que seria justo o McIntyre conquistar o cinturão na época, mas você há de concordar comigo que existem momentos na indústria do pro-wrestling onde alguém PRECISA vencer uma luta ou conquistar um título em específico. Quando você derrota essa pessoa em um momento assim, nenhuma outra conquista no futuro vai conseguir ter o impacto que essa teria.
E agora vamos para o outro personagem dessa história, Sami Zayn.
Desde que chegou na WWE, a carreira de Zayn não pode ser exatamente definida como bem sucedida. É claro que no NXT ele foi muito bem e sempre foi amado pelos fãs, mas nem mesmo seus 3 reinados como Intercontinental Champion (1 afetado pela pandemia e 2 muito curtos) no main roster o transformaram em uma estrela gigantesca dentro da empresa… Mas é aí que entra The Bloodline.
Se sentindo desrespeitado dentro do vestiário da empresa, Zayn começou a se aproximar do grupo liderado por Roman Reigns, visando recuperar sua dignidade e prestígio. Ele ajudou o grupo em diversos momentos, levou ataques para protegê-los e teve que fazer muito para ser considerado um Uce honorário, mas ele conseguiu o feito. Céus, ele conseguiu até mesmo conquistar Jey Uso, o integrante que mais o odiava, após provar sua lealdade mais uma vez no Survivor Series: WarGames e dar um basta em sua relação com Kevin Owens.
O público que sempre amou Sami Zayn, incluindo eu, vibrava cada vez mais em cada aparição, cada segmento e cada luta do “Honorary Uce” dentro da Bloodline. Ele passou a ser tão amado que Reigns desconfiou que o lutador pudesse estar tramando tomar seu grupo. Zayn foi julgado e considerado inocente, mas a prova final de sua lealdade viria no Royal Rumble 2023, onde Reigns defenderia seu cinturão contra Kevin Owens.
Reigns saiu vitorioso do combate e a Bloodline iniciou os ataques contra Owens, mas Zayn impediu a continuação das cadeiradas. O resultado ? Reigns entregou a cadeira para Zayn e queria vê-lo atacando seu ex-melhor amigo. Após Reigns gritar e empurrar Zayn, o canadense tomou sua decisão e, em um dos maiores pops que eu já escutei na vida, atacou Reigns com a cadeira e decretou ali o fim de sua passagem pela Bloodline, sendo dizimado pelo grupo (Sem Jey Uso, que se recusou a atacá-lo) e deixado para trás.
E o que vem agora ? Bom, surgiram os rumores de que podemos ter Roman Reigns vs. Sami Zayn no Elimination Chamber que será, pasmem, em Montreal no CANADÁ, e a WWE não pode deixar essa chance passar, não podem cometer o mesmo erro que cometeram com o McIntyre.
A, mas e o Cody Rhodes que venceu o Royal Rumble ? A, mas será que não vai ter The Rock mesmo ? Essas são perguntas que a gente deixa pra responder depois do Elimination Chamber, porque o foco é finalizar essa história, que é uma das melhores dos últimos anos, com a chave de ouro que é Sami Zayn se tornando campeão máximo da WWE (Ou pelo menos com um dos cinturões e os separando novamente).
Quando você tem uma storyline que é nível Yes Movement em 2014 e Kofimania em 2019, você não pode deixar passar.