Comentários e Notas: ROH Supercard of Honor 2023

No último dia 31 de março, a ROH realizou mais um grande evento, o Supercard of Honor. Em uma noite de ação, a empresa apresentou 12 combates de qualidade… mas será que foram mesmo ? Bem-vindos a mais uma edição do Comentários e Notas, o quadro onde avaliamos as lutas dos principais eventos das principais empresas atualmente no pro-wrestling.

Antes de começarmos, deixa eu dar um recado importante: O sistema de notas NÃO reflete sobre o que essas lutas aqui foram se comparadas com outras. Explicando melhor, não é porque uma luta aqui é nota 10 que ela se compara com lutas que foram 5 estrelas, nada disso, porém, pro padrão que o evento se propôs a apresentar, ela foi nota 10, deu pra entender direitinho ? Sem mais delongas, bora lá:

Jeff Cobb vs. Tracy Williams

Fim de semana da WrestleMania é sempre uma loucura para os lutadores, afinal, muitos aparecem em 3, 4 ou mais eventos em um período de 4 dias, e cá estava o Jeff Cobb em sua quinta luta num período de 48 horas. Gostei de ver a volta do Tracy Williams, ele estava muito bem antes do hiato da ROH e acredito que ele pode ser um bom lutador a se ter no roster da marca. A luta em si já tinha o vencedor claro desde o começo, e teve alguns bons momentos mas nada que seja válido destacar. Acredito que o Tracy acabou ficando ofuscado até mesmo pelo fato do oponente ser o Cobb, então vejo essa luta como positiva apenas para um lado.

Vencedor: Jeff Cobb – Nota: 5,5/10

Konosuke Takeshita vs. Willie Mack

Contrate, Tony Khan, contrate Willie Mack imediatamente e o deixe fixo na Ring of Honor, esse cara é muito talentoso pra ficar livre por aí com chances de assinar com outros lugares. Falando do combate, foi com certa facilidade o melhor do pre show e até mesmo o que teve maior duração, mesmo sendo só 9 minutos e meio. Takeshita tem estado nessa divisão onde faz boas lutas contra todo mundo e mesmo assim não conquista títulos nos Estados Unidos, mas acredito que isso deva mudar em breve. Foi uma luta que serviu seu propósito e tenho certeza que devemos ter uma revanche ainda melhor entre eles em algum evento no futuro.

Vencedor: Konosuke Takeshita – Nota: 6,5/10

Miranda Alize vs. Willow Nightingale

Tony Khan lembrou que a Miranda Alize existe, olha que milagre. Gosto dessa lutadora, vejo bastante potencial nela, mas o público do evento não foi muito fã e pouco mostrou reação pros golpes dela, algo que precisa ser melhorado. Do outro lado tivemos a Willow e todo mundo, incluindo eu, ama a Willow e gosta de ver ela em ação. Foi uma luta feita claramente pra ela participar do show e eu particularmente não vejo nada de errado nisso, ter ela nos eventos é sempre muito legal. A luta em si não teve nada de horrível e muitos menos algo especial, foi mediana no máximo e todo mundo já até se esqueceu dela.

Vencedora: Willow Nightingale – Nota: 5/10

Slim J vs. Stu Grayson

Isso aqui realmente me surpreendeu, eu já cheguei no combate pensando que seria um completo squash e fiquei chocado ao ver que fizeram o Slim J ter um certo momento também. Assim como boa parte de lutas de pre show, essa aqui também é esquecível e você não vai lembrar dela se te perguntarem, mas o destaque mesmo foi o pós-luta. Tivemos o retorno de parte do The Righteous, no caso Dutch e Vincent, só não tendo mais o Bateman e a Vita VonStarr ao lado deles, o que pode indicar que serão apenas uma dupla daqui em diante. Eles devem entrar em rivalidade com a Dark Order e eu sinto lá no fundo que o Stu pode acabar trocando de lado nessa briga.

Vencedor: Stu Grayson – Nota: 5/10

El Hijo del Vikingo vs. Komander

Não importa o quanto você reclame ou fale mal dos high flyers, eu sou fã dessa galera que fica flippando por aí. Se o cara consegue fazer um 630 Senton bonito, pô, eu já amo, e aí você coloca essas duas potencias aqui pra se enfrentar ? Eu adorei essa luta. Eu já imaginava que seria boa, mas eu não esperava que fosse ser tão boa assim. As habilidades deles são insanamente impressionantes e eu não tenho a menor duvida que eles estão no top 5 melhores luchadores hoje em dia. É até engraçado pensar que o Vikingo tem 25 anos e o Komander tem 24, eles ainda têm muito pela frente. Resultado correto, não teria sentido o Vikingo perder aqui e o Komander, por mais que seja incrível, ainda não tá no momento de pegar esse cinturão.

Vencedor: El Hijo del Vikingo – Nota: 8,5/10

AR Fox, Blake Christian e Metalik vs. The Embassy

Sabe quando você assiste uma luta e o resultado te deixa meio que em choque ? Foi o que eu senti aqui. Eu tenho batido na tecla que o Brian Cage ia acabar saindo da AEW/ROH ainda em 2023 e era muito óbvio que ele e o resto de The Embassy perderiam os Six-Man Titles aqui, mas fui surpreendido com a vitória deles e a renovação do contrato. Até cheguei a achar que o trio do AR Fox, Blake Christian e Metalik era muito recente pra papar os cinturões e a vitória deles até seria estranha, mas eu não esperava que os campeões mantessem os títulos. Foi uma luta ok, acredito que os estilos das equipes não combinaram e 8 minutos de luta também não ajudou ninguém.

Vencedores: The Embassy – Nota: 6/10

Athena vs. Yuka Sakazaki

Você é fã da senhora Yuka Sakazaki ? Que bom, eu também sou. Eu não sei muito bem o que dizer dessa rivalidade, eu gostei dela mas acho que poderia ter sido melhor trabalhada se a Sakazaki pudesse ficar mais tempo nos Estados Unidos. Mesmo assim, chegamos ao combate e tivemos um show por parte das meninas, foi uma baita luta. A Athena tem estado em um nível diferente desde que fez o heel turn e seu reinado como ROH Women’s Champion tem sido bem legal de acompanhar. Gostei de como os personagens das duas conseguiram se encaixar durante o combate, a Athena com todo o pensamento de torturar e a Yuka querendo acabar logo com aquilo. Por mim, se quiserem, podem fazer mais 3 lutas entre elas.

Vencedora: Athena – Nota: 7,5/10

Mark Briscoe vs. Samoa Joe

Se eu já fiquei chocado com a vitória de The Embassy, imaginem como eu fiquei ao ver Mark Briscoe ser derrotado. Era a coisa mais óbvia, certo ? Ele está sem o irmão, deixa os Tag Titles pra trás e conquista o primeiro cinturão solo para homenagear a família e seguir essa nova jornada, mas aparentemente não era o que estava programado. Em uma luta muito agradável de se assistir, Samoa Joe sai vitorioso com um Coquina Clutch. O emocional foi o ponto alto dessa luta, a gente queria ver o Mark vencendo. Com a derrota dele, só consigo imaginar que em algum momento ele vai conquistar o World Championship pra ter seu grande momento de glória. Já Samoa Joe, bom, algum jovem deve destroná-lo.

Vencedor: Samoa Joe – Nota: 8/10

Daniel Garcia vs. Hiroshi Tanahashi

Se eu fosse resumir essa luta em um termo, talvez o mais adequado seria: Não era pra acontecer. Além de ser uma luta completamente sem história entre dois grandes lutadores, foi também uma luta não muito legal de assistir. Tanahashi não tem mais aquele físico de anos atrás e sua disposição também diminuiu, e o Garcia não é o tipo de lutador que pode ajudar tanto em situações assim. Pode ter sido a pior luta dentro do show principal e eu realmente não queria falar isso de uma luta que tem o Tana. Talvez seja válido citar que Garcia tem evoluído constantemente, mas ainda falta mais pra ele, um booking melhor.

Vencedor: Hiroshi Tanahashi – Nota: 6/10

Reach For The Sky Ladder Match

Essa luta aqui se encaixa naquela categoria de lutas muito boas que vão ser lembradas por conta de um momento ruim, e o momento em questão é a lesão do Dante Martin. Eu simplesmente não consigo pensar nesse combate sem lembrar da perna dele completamente entortada depois dele cair, e isso é bem ruim. Mas falando sobre o combate em si, foi tranquilamente um dos melhores da noite e todos os envolvidos contribuíram pra isso, principalmente os Lucha Brothers e The Kingdom, mas todos merecem parabéns. Não entendi o porquê a galera ficou surpresa com as atuações de Matt Taven e Mike Bennett, eles sempre foram bons. Achei que eles acabariam se tornando os campeões, mas compreendo a vitória dos Lucha Brothers e espero um bom reinado.

Vencedores: Lucha Brothers – Nota: 8/10

Katsuyori Shibata vs. Wheeler Yuta

Tanto Tanahashi vs. Garcia quanto Shibata vs. Yuta tinham aquela mesma aura por trás, aquele pensamento do veterano japonês que é visto como um herói enfrentando o prepotente americano, porém, essa luta aqui foi muito melhor do que a primeira citada. Eu particularmente não sou muito fã do Yuta, acho que ele tem que melhorar em muitas coisas, mas não dá pra negar que aqui ele mandou muito bem. E não só ele, mas ver o Shibata lutando tão bem aos 43 anos e depois daquela lesão é algo que impressiona. É claro que ele não é mais o mesmo de 2017 e nem vai voltar a ser, mas ele ainda é muito bom. Não esperava que o Shibata fosse pegar o Pure Championship, mas acredito que o Yuta deva ser reconstruído pra que tenhamos uma revanche.

Vencedor: Katsuyori Shibata – Nota: 8/10

Claudio Castagnoli vs. Eddie Kingston

Se eu já não sou fã do Yuta, eu sou muito menos fã do Eddie Kingston, então não venha aqui achando que eu vá falar que fiquei de coração quebrado com o resultado, eu achei completamente justo. Primeiro pay-per-view onde o Castagnoli defendeu o cinturão, já que nos outros que ele participou foi disputando o título, sem contar que todas as defesas dele haviam sido em semanais da ROH ou shows da AEW, ele precisava vencer aqui. A história entre os dois foi o que tornou essa luta especial, tinha todo o contexto do ódio genuíno e você conseguia sentir isso no combate, eles fizeram um ótimo trabalho aqui. Com Eddie saindo de cena pra ter cirurgia, eu acredito que Castagnoli deva ter algumas rivalidades de transição até enfrentar Mark Briscoe.

Vencedor: Claudio Castagnoli – Nota: 8/10


Na minha visão, a nota geral do evento foi 8,5. Foi um evento muito agradável de assistir e eu adorei. É claro que algumas lutas sofreram com determinados pontos, mas ainda assim o evento foi muito bem feito, sem contar que foi o melhor construído até agora por finalmente ter o show semanal. A tendência é que os eventos da ROH melhorem ainda mais.

Concorda ou não ? Coloca sua opinião aí nos comentários e bora discutir saudavelmente, belezinha ? Até mais!