
A direção criativa da All Elite Wrestling (AEW) está novamente sob escrutínio. A principal crítica é que a empresa tem focado excessivamente em realizar combates de alta qualidade, mas negligencia a construção de narrativas e o hype necessário para dar significado a eles.
Durante uma edição recente do podcast Wrestling Observer Radio, o analista Dave Meltzer abordou o que considera uma falha fundamental na filosofia da AEW. “O negócio inteiro não é sobre wrestling. É sobre hype”, declarou Meltzer. Ele argumentou que, embora anunciar um combate uma hora antes possa gerar engajamento nas redes sociais, isso não cria a antecipação que constrói uma audiência leal.
Meltzer advertiu que a abundância de boas lutas disponíveis em várias empresas hoje significa que a qualidade no ringue, por si só, não é mais um diferencial. “Você quer que as pessoas fiquem animadas por dias para assistir ao seu show. Ótimo, teremos uma boa luta… mas não significa nada”, explicou.
Um exemplo citado foi o recente ângulo envolvendo Christian Cage e Nick Wayne. Após a AEW iniciar o que parecia ser uma dramática rivalidade, a história foi simplesmente abandonada, sem um combate ou uma conclusão. “Acho que o problema é que ele não quer vencer Nick e não quer vencer Christian. Então, simplesmente não fazemos a luta”, especulou Meltzer sobre a decisão.
A frustração é compartilhada por outros. Bryan Alvarez, no mesmo programa, questionou a lógica por trás de criar um conflito na TV sem usá-lo para promover um futuro confronto. “Qual é o sentido de fazer um ângulo se você não vai usá-lo para promover quando a luta vai acontecer?”, indagou.
Essa crítica não é isolada. Fãs e outras análises apontam para um padrão de estipulações excessivamente complicadas e resultados previsíveis que diminuem o impacto de momentos importantes, deixando as lutas com menos peso emocional.