Comentários e Notas: AEW All Out 2021

No último dia 5 de setembro, a AEW realizou mais um de seus grandes eventos, o All Out. Em uma noite cheia de ação, a empresa apresentou 10 combates de qualidade… mas será que foram mesmo ? Bem-vindos a mais uma edição…

No último dia 5 de setembro, a AEW realizou mais um de seus grandes eventos, o All Out. Em uma noite cheia de ação, a empresa apresentou 10 combates de qualidade… mas será que foram mesmo ? Bem-vindos a mais uma edição do Comentários e Notas, o quadro onde avaliamos as lutas dos principais eventos das principais empresas atualmente no pro-wrestling.

Antes de começarmos, deixa eu dar um recado importante: O sistema de notas NÃO reflete sobre o que essas lutas aqui foram se comparadas com outras. Explicando melhor, não é porque uma luta aqui é nota 10 que ela se compara com lutas que foram 5 estrelas, nada disso, porém, pro padrão que o evento se propôs a apresentar, ela foi nota 10, deu pra entender direitinho ? Sem mais delongas, bora lá:

10-Man Tag Team Match

Um ponto que vocês sempre vão perceber nas minhas análises é que as lutas do pre-show raramente vão passar de 7, e essa aqui é basicamente a mesma coisa. Foi uma luta legal pra dar uma aquecida e isso é o que define ela, legal. Não poderia ser uma luta tão grandiosa assim porque acabaria criando um certo baque com algumas lutas do show, mas foi top pra passar o tempo.

A crowd estava bem envolvida aqui, tivemos bons golpes em grupo e ninguém fez nada errado. The Butcher ainda voltou no final pra ajudar a Hardy Family Office e eu realmente não esperava que ele fosse conseguir um pop, mas serviu pra criar mais heat ao grupo por atacar os vencedores. Parece que teremos uma Hair vs. Hair Match entre Matt Hardy e Orange Cassidy, vamos ver como isso se desenrola.

Vencedores: Jurassic Express e Best Friends – Nota: 6,5/10

Miro vs. Eddie Kingston

O que eu queria nessa luta aqui eram dois marmanjos gigantes se matando na porrada e foi isso o que eu consegui, ponto. Não foi nenhum primor de luta e nunca prometeu isso, mas foi uma luta bem divertida de se assistir. Fez o papel de uma luta que é feita pra abrir o show pra valer e conquistou a crowd, não falhou.

Miro melhorou muito desde que se tornou o “God’s Favorite Champion” e essa luta é uma prova disso também. Eles não são lutadores incríveis e nem nada disso, mas conseguiram contar uma boa história dentro do ringue, principalmente esse rolê do pescoço ser a fraqueza do Miro. Eddie não ficou tão desvalorizado com a derrota, então funcionou. A nota dessa luta vai ser meio quebrada, mas vocês vão entender quando eu for avaliar outra luta.

Vencedor: Miro – Nota: 7,3/10

Jon Moxley vs. Satoshi Kojima

Se você não assiste NJPW mas quer ver uma luta que rolaria possivelmente no mid-card de algum evento deles, essa aqui é pra você. Eu admito que, pra mim, o Moxley e o Kojima não pareciam tão conectados nessa luta quanto eu imaginei que estariam, então ficou faltando alguma coisa. Gostei das reações para o Kojima, é bom ver que vários fãs ao redor do mundo conhecem ele.

Um final bem ok, o Moxley precisava dessa vitória e o Kojima tem outras coisas pra fazer. O melhor ponto dessa luta foi o pós dela, afinal, tivemos a aparição surpresa do “The King” Minoru Suzuki. Eu sou fã do Minoru e ver ele recriando com o Moxley aquela cena que aconteceu lá em 2020 (um pouquinho melhor aprimorada) foi muito legal. Gotch Style Piledriver é bonito demais.

Vencedor: Jon Moxley – Nota: 7/10

Britt Baker vs. Kris Statlander

Lembram quando eu falei na luta do Miro que a nota seria quebrada por conta de outra luta ? Bom, é essa aqui. Baker e Kris protagonizaram uma grande luta, especialmente com a Baker assumindo uma postura mais agressiva e não dando chance pra Kris. Eu esperava que fosse uma luta boa, mas superou minhas expectativas e quebrou a cara de quem estava esperando uma luta péssima, definitivamente não foi.

Em alguns momentos de destaque, vale ressaltar o Orange Cassidy servindo como coach da Kris e o “Panama Sunrise” que a Baker aplicou e a Kris conseguiu escapar, isso aqui foi muito legal. Talvez alguém ache que a do Miro foi melhor do que a das garotas, mas eu me conectei melhor e achei essa luta mais legal, portando, nota ligeiramente maior.

Vencedora: Britt Baker – Nota: 7,5/10

Lucha Bros vs. Young Bucks

É sério que você esperava algo menos que espetacular envolvendo esses quatro caras ? Eu imaginava que seria uma luta muito boa, mas eles conseguiram me surpreender. Começando logo nas entradas, a temática dos Lucha Bros já entregava que a luta seria especial. Eu particularmente detesto Cage Matches que não tenham pelo menos um cortezinho em alguma parte do corpo e eu vibrei muito quando o tênis com tachinhas apareceu na mão dos Bucks.

Se o papo for storytelling, não preciso nem falar nada, a luta fala por si só. Toda aquela dinâmica dos irmãos tentando proteger um ao outro toda hora e essa química que as duas duplas tem entre si, foi fantástico. Agora, finalmente os Lucha Bros tem os Tag Titles e palmas aos Bucks que fizeram o melhor aqui. Uma luta que será facilmente candidata a luta do ano e, sinceramente, foi a melhor Steel Cage Match que eu vi nos últimos anos.

Vencedores: Lucha Bros – Nota: 10/10

Women’s Casino Battle Royale

É muito raro você ver uma Battle Royal que seja boa do início ao fim, e essa aqui é mais uma que foi assim. Talvez tenha sido a luta mais “fraca” do show se desconsiderarmos a luta do Paul Wight, mas foi bem estranha durante uma boa parte do confronto. Tive a impressão de que várias eliminações foram muito rápidas e bem repetidas, mas isso aí a gente releva.

O final ajudou bastante essa luta, já que tivemos a estreia de Ruby Soho e um grande pop como ela nunca teve na WWE. Eu confesso que eu imaginei que eles continuar com a tradição do Joker não ganhar a luta e dariam a vitória para Tay Conti, Hikaru Shida ou Big Swole, mas gostei da Soho ter vencido. Thunder Rosa foi muito bem aqui, mas dá pra entender que estão guardando a rivalidade dela com a Baker pra mais tarde.

Vencedora: Ruby Soho – Nota: 6/10

Chris Jericho vs. MJF

Essa luta aqui foi um misto de emoções. No ringue em si, a ação foi bem mais lenta do que nas outras lutas que eles tiveram, mas a história por trás deu um baita nível pra isso aqui. Eu confesso que não fiquei tão interessado no combate em si e parece que a crowd do evento estava na mesma vibe que eu, mas não foi uma luta ruim.

Aparentemente chegou ao fim a melhor rivalidade que a AEW vem construindo com o tempo (sem contar Adam Page vs. Kenny Omega) e o resultado não afeta ninguém. O Jericho não vai parar de lutar e ainda pode entregar em algumas outras feuds. Já o MJF não sai desvalorizado porque ainda tem o saldo positivo de 3 vitórias e 1 derrota contra Jericho. Tudo aponta que, em breve, MJF desafie novamente pelo World Title.

Vencedor: Chris Jericho – Nota: 7/10

CM Punk vs. Darby Allin

Você esperava que o retorno de CM Punk aos ringues depois de 7 anos seria ruim ? Se enganou. A performance do Punk foi mais surpreendente do que eu imaginava, ele realmente estava mais lento e é compreensível, mas ele se portou melhor do que muita gente que luta toda santa semana. O retorno dele aos ringues tinha aquela aura especial e Chicago conseguiu aumentar isso mais ainda, então foi uma boa luta de verdade.

Allin foi o destaque porque ele se doou de verdade, esse garoto tem muito futuro porque o cara não tem medo de fazer spots. Punk foi o cara inteligente como sempre e isso contribuiu pra explicar melhor o ritmo da luta. O resultado também seria complicado, mas dois saíram bem. Punk venceu em casa após 7 anos e Allin aguentou uma luta com o Punk, bônus para os dois.

Vencedor: CM Punk – Nota: 8/10

Paul Wight vs. QT Marshall

Quando Paul Wight assinou com a AEW, era meio óbvio que ele queria provar que ainda poderia contribuir dentro dos ringues. Mesmo com o esforço e a paixão que ele tem pelo esporte, ficou claro que ele não está bem o suficiente para fazer isso agora. O cara tem 49 anos e as cirurgias prejudicam a longa prazo, dá pra entender.

A história por trás também não era lá muito boa e os envolvidos na luta, QT Marshall e The Factory, não ajudariam muito. Se a AEW tivesse envolvido o Gunn Club e até mesmo o Mark Henry na luta para ajudar o Wight contra The Factory e Gunn Club, talvez tivesse ficado mais interessante. Foi a verdadeira pausa para o banheiro.

Vencedor: Paul Wight – Nota: 3,5/10

Kenny Omega vs. Christian Cage

Uma luta bem performada, porém, sofreu com o fato de ser a última do show. Não só com isso, mas também sofreu com o fato de que os fãs queriam ver o que aconteceria no pós-luta, então foi uma luta até que bem quieta, pra dizer o mínimo. Foi, na minha visão, uma luta tecnicamente melhor do que a que eles tiveram no Rampage mas a crowd simplesmente não tava mais no clima, pelo menos por enquanto.

Christian realmente parecia meio parado, mas palmas pra ele por levar aquele Avalanche One Winged Angel mesmo nessa idade. Não preciso nem falar sobre o pós-luta, né ? Simplesmente Adam Cole e Bryan Danielson um atrás do outro, eu literalmente passei mal por alguns segundos porque eu realmente fiquei em choque com as estreias sendo seguidas. Muita gente vai lembrar mais do que aconteceu depois da luta do que da luta em si, mas não foi ruim.

Vencedor: Kenny Omega – Nota: 8,5/10

Pra mim, a nota geral do evento foi um 9,5. É realmente um evento que ficou e ficará marcado por causa de seus momentos históricos (Retorno do Punk, Adam Cole, Bryan Danielson, Ruby Soho e etc), mas também devemos levar as lutas em consideração, elas foram muito boas. Se a luta do Wight não estivesse no card e PAC vs. Andrade conseguissem lutar aqui, eu duvido muito que não receberia um grande 10.

Concorda ou não ? Coloca sua opinião aí nos comentários e bora discutir saudavelmente, belezinha ? Até mais!

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