No último dia 25 de junho, a AEW e a NJPW realizaram mais um grande evento em conjunto, o Forbidden Door II. Em uma noite de ação, as empresas apresentaram 13 combates de qualidade… mas será que foram bons mesmo? Bem-vindos a mais uma edição do Comentários e Notas, o quadro onde avaliamos as lutas dos principais eventos das principais empresas atualmente no pro-wrestling.
Antes de começarmos, deixa eu dar um recado importante: O sistema de notas NÃO reflete sobre o que essas lutas aqui foram se comparadas com outras. Explicando melhor, não é porque uma luta aqui é nota 10 que ela se compara com lutas que foram 5 estrelas, nada disso, porém, pro padrão que o evento se propôs a apresentar, ela foi nota 10, deu pra entender direitinho? Sem mais delongas, bora lá:
Mogul Embassy é um grupo que eu curiosamente gosto bastante, não sei exatamente o porquê. Como eu gosto do grupo, eu tendo a gostar das lutas que eles fazem e aqui não foi diferente. Aqui tivemos o primeiro combate do pré show naquela hora que a galera ainda estava chegando na arena e foi o primeiro pra animar a galera, ou seja, ele precisava ser só o básico e ele foi só o básico, mas não um básico ruim. Os participantes do combate, principalmente o fato de você ter El Desperado e Swerve Strickland, ajudaram bastante a tornar o combate pelo menos interessante. Inclusive, fiquei muito surpreso quando vi que o grupo do Despy perdeu, mas compreendo que foi uma forma de dar um destaque maior pra ME no evento.
Vencedores: Mogul Embassy – Nota: 6/10
Cara, nós realmente precisamos falar sobre como a Athena está tendo um dos melhores momentos da carreira dela com esse reinado como ROH Women’s Champion, o heel turn fez bem demais pra ela. Mas falando do combate em si, eu achei muito estranho, talvez com não tanta química entre as lutadoras. Acredito que foi o maior palco na vida da Starkz até agora e isso pode ter afetado um pouco sua performance, mas ela pareceu nervosa em alguns momentos. O combate em si nem prometia ser muito bom, mas acredito que deixou a desejar até mesmo pra ser um nota 6. Senti também que o público meio que não estava ligando tanto pra esse combate, então acredito que isso pode ter deixado ele um pouco pior também.
Vencedora: Athena – Nota: 5,5/10
Essa aqui foi aquela famosa luta de vamos colocar no evento lutadores que são do país sede porque ela não teve muito um real sentido pra acontecer. Mesmo assim, foi uma luta média e nada muito além disso, até porque ela não precisava ser. Foi a segunda luta do El Phantasmo na história da AEW (Spoiler, ele vai assinar com essa empresa ainda, aguardem e me cobrem posteriormente, ok ?) e mais uma vez ele não conseguiu mostrar o que realmente sabe, mas achei que teve uma performance regular. Stu Grayson também achei que foi ok, a galera ficou eufórica porque é um nível que ele nunca tinha apresentado e blá blá blá, mas é só assistir alguma luta dele que você já entende que ele é bom. Luta ok, nada demais, segue o baile.
Vencedor: El Phantasmo – Nota: 6/10
A AEW tem um título de trios, certo ? Na verdade, eles tem dois cinturões de trios porque os cinturões da ROH também são da AEW. Então, meus amigos, irei perguntar, por que raios Los Ingobernables de Japón foram colocados aqui ? Não é possível que ninguém tenha tido uma ideia pra fazer algo melhor com eles, sério, qualquer coisa, eles mereciam ao menos estar no card principal. E eu digo a mesma coisa dos caras do United Empire aqui, eu acredito que haviam outras opções mais interessantes pra eles também. Dito isto, o combate também foi ok, um pouco mais acima dos demais porque o nível dessa galera aqui é superior mesmo, eles já estão acostumados uns com os outros e isso ajudou a melhorar o combate. Ter meu mano Shingo Takagi no pré show deveria ser considerado crime.
Vencedores: Los Ingobernables de Japón – Nota: 6,5/10
Cara, como é triste ver que o Tanahashi envelheceu. Se você não acompanha puroresu e conheceu o Tanahashi pela AEW, você não tem nem noção do talento que esse cara já teve, sério, ele não é considerado o “Ace” da NJPW à toa. Porém, como nem tudo são flores, ele já envelheceu e, depois de passar anos no tipo de pro-wrestling mais bruto que existe, o corpo dele não é mais o mesmo. Acredito que ele tenha se lesionado também ou já tenha entrado na luta com alguma lesão, mas o ponto é que foi um combate que seria muito melhor se ele fosse 5 anos mais novo. O papel do MJF também não é o de carregar os oponentes no combate, então ele não conseguiu salvar muito. Mesmo com tudo isso, achei muito bacana a forma como as pessoas trataram o Tanahashi como a lenda que ele é e vibraram por ele.
Vencedor: MJF – Nota: 6,5/10
Muito me admira que as pessoas esqueçam que o Satoshi Kojima é literalmente uma lenda viva, mas aparentemente a galera do Canadá sabe quem ele é e fizeram questão de não parar de fazer barulho pro homem. Do outro lado, tivemos um CM Punk vaiado (Com alguns pops no meio também) do início ao fim e que deixou o combate muito mais interessante do que aparentava ser no papel. O Punk soube abraçar esse papel de heel que o público do Canadá jogou nele e ajudou muito o Kojima a também entregar algo além, os pops eram quase que 100% pra ele. Também gostei muito das nuances do Punk usando golpes do Hiroyoshi Tenzan, lendário parceiro do Kojima, e tendo essa coisa de querer respeitar o oponente mas ao mesmo tempo querendo derrotá-lo rapidamente. Essa luta foi uma agradável surpresa.
Vencedor: CM Punk – Nota: 7,5/10
Quem foi o monstro que decidiu dar só 11 minutos pra esse combate aqui tem que ser mandado pra cadeia imediatamente. Eu avisei antes do evento que, assim como no do ano passado, Orange Cassidy estaria envolvido em uma das melhores lutas da noite… Eu acertei. Também, claro, é meio impossível que uma luta com Cassidy, Garcia, Shibata e ZSJ seja minimamente ruim, mas ela foi muito legal de se assistir. Eu estava bebendo guaraná na hora que o Garcia começa a dançar recebendo os golpes e eu dei uma cuspida generosa porque eu não tava preparado, foi algo que eu realmente ri alto e isso diz muito sobre o que esse combate foi: Divertido. Todos os 4 participantes tiveram bons momentos e o resultado, para o choro dos haters, foi a vitória de Cassidy para continuar com um dos melhores reinados na história da AEW.
Vencedora: Orange Cassidy – Nota: 8/10
Eu vi muita gente reclamando sobre a escolha de ser o Jungle Boy o escolhido pra desafiar o SANADA pelo IWGP World Title, mas quais outras opções tínhamos ? Keith Lee ? Jay White ? Miro ? Eu acho que não tinha nenhum outro lutador que fosse útil pra esse combate, entende ? É claro que o JB foi escolhido pra ter todo o rolê do heel turn contra o HOOK após o combate, mas não acho que haviam outras opções viáveis. Falando do combate em si, eu confesso que eu achei bem chatinha de se assistir. Não que tenha sido ruim, não, nada disso, mas ela não foi nada de grandiosa mesmo valendo um cinturão tão prestigiado na indústria, então não senti que representou o valor do cinturão. O que vai elevar a nota aqui é o heel turn, eu já esperava mas ver acontecer junto com o bom pop da galera foi algo bacana.
Vencedor: SANADA – Nota: 6,5/10
Eu cogitei muita gente pra estar nesse combate aqui depois que foi anunciado que seria uma 5 contra 5, mas eu não esperava que fosse ser o Ishii. Ishii que, por sinal, é muito talentoso e agregou muito a este combate que foi muito bom por si só. Todos os participantes tiveram bons momentos nesses 20 minutos e eles souberam fazer uma luta dinâmica. Fica aqui o meu destaque para a sequência de golpes entre Konosuke Takeshita e Adam Page, uma rivalidade que pode acabar acontecendo em breve depois que o Takeshita passar pelo Omega. Foi a segunda luta dessa grande rivalidade entre Elite e BCC, e agora cada um tem uma vitória. Como a próxima parada é o Blood & Guts, acredito que não teremos Ishii e nem Umino, mas talvez um Kota Ibushi e algum outro lutador que tenha conexão com alguém aqui.
Vencedores: The Elite, Eddie Kingston e Tomohiro Ishii – Nota: 9/10
Olha, eu acho muito curioso como o roster da AEW é repleto de grandes lutadoras e, mesmo assim, só temos um combate feminino no card principal do evento. Não é um evento planejado do dia pra noite, você tem tempo o suficiente pra pensar em muitas alternativas pra caso a STARDOM não possa mandar os talentos pro show, logo, o booking da divisão feminina continua sendo uma preguiça pura. A luta em si não teve absolutamente nada que eu gostei, a Toni Storm decaiu muito desde que se tornou heel, as lutas dela ficaram muito desinteressantes. Willow também não foi tão bem assim aqui, mas a aura dessa luta já não parecia ser algo bom. Elas claramente não têm uma química tão boa e eu nem preciso falar sobre o final dessa luta, né ? Alguém assume esse divisão aí, pelo amor de deus.
Vencedora: Toni Storm – Nota: 5,5/10
Esse combate aqui é aquele que a gente chama de cinema, ele foi incrível. Vale ressaltar que não foi tão bom quanto a luta deles no Wrestle Kingdom, mas foi disparadamente a melhor da noite e uma das melhores lutas do ano também. Foram quase 40 minutos de luta onde o ritmo não caiu em momento algum, muito pelo contrário, a cada golpe as coisas ficavam cada vez mais insanas. Na minha visão, esses 2 são os melhores lutadores da atualidade e eles provaram isso mais uma vez aqui nesse combate, contando com sangue, golpes perigosos (E o pescoço do Omega em ?), uma storyline linda sendo contada e pura brutalidade no ringue. A única coisa que eu não gostei foi a interferência do Don Callis, acho que a rivalidade com ele e Takeshita poderia ser deixada de lado pra esse combate. Tirando isso, esse combate aqui é o puro suco de pro-wrestling que todo fã precisa. Talvez tenhamos uma última luta pra completar a trilogia em…
Vencedor: Will Ospreay – Nota: 9,5/10
Tetsuya Naito foi um dos nomes que mais fizeram falta no Forbidden Door do ano passado porque ele é um dos símbolos da NJPW, você precisa ter um cara desses no seu evento. E aí você finalmente chama ele e joga o cara nesse combate aqui ? Tanto título pra ele disputar e você me coloca ele num combate de trios ? Uma verdadeira piada, mas eu vou deixar passar. Esse combate não teve literalmente nada de memorável e é até surpreendente dizer isso quando você tem Naito, Darby, Sting, Jericho, Guevara e Suzuki no mesmo ringue. Foi uma luta feita única e exclusivamente pra avançar na storyline que o Guevara vai abandonar o Jericho, mas não precisava ter acontecido, sabe ? Pelo menos não num evento que já era extenso.
Vencedores: Darby Allin, Sting e Tetsuya Naito – Nota: 5/10
Eu vou sempre defender essa luta aqui de quaisquer críticas que você tenha por motivos de: A luta foi incrível, mesmo que o final não tenha sido tão bom. Desde as entradas de dois dos maiores da história até a brutalidade dos golpes destinados um ao outro, esse combate foi grandioso em todos os níveis possíveis. Não acho que deveria ser o evento principal porque Omega e Ospreay meio que tiraram o fôlego da galera e a luta do Jericho deixou o povo meio morto, então o público estava muito cansado pra reagir ao que eles faziam. Mesmo assim, o combate foi de um nível muito bom e eu fiquei muito feliz de ver esse combate finalmente acontecer. A lesão do Bryan mudou o final e eu não acho que ele venceria daquele jeito, então acredito que isso vá construir para uma revanche.
Vencedor: Bryan Danielson – Nota: 8,5/10
Na minha visão, a nota geral do evento foi um 8,5. Não sei se esse evento foi melhor do que o do ano passado porque eu gostei muito dos dois, mas eu acho que esse aqui teve mais lutas divertidas do que o anterior. As lutas foram divertidas em sua maioria e até as piores não foram um horror de se assistir, então acho que foi um evento muito positivo. Nos encaminhamos agora para o All In em agosto e eu só quero ver o que estão planejando.
Concorda ou não? Coloca sua opinião aí nos comentários e bora discutir saudavelmente, belezinha? Até mais!
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