Bryan Danielson encerrou sua fase como competidor em tempo integral na AEW em outubro de 2024. Desde então, passou a integrar a equipe de transmissão do Dynamite, uma maneira de seguir presente na programação sem lidar com o desgaste físico dos combates semanais.
A mudança, porém, trouxe desafios que ele não esperava. Em uma conversa recente no podcast Insight with Chris Van Vliet, Danielson contou que a rotina de viagens do novo trabalho tem afetado sua saúde de forma mais severa do que imaginava.
Esse desgaste mudou bastante sua visão sobre qualquer retorno aos ringues. Durante a entrevista, ele explicou por que evita usar a palavra “aposentado”, lembrando do afastamento médico de 2016, quando foi obrigado a parar de lutar. Segundo ele, essa experiência faz com que o termo carregue um peso difícil de aceitar.
Mesmo reconhecendo que não consegue mais atuar com a intensidade de antes, Danielson mantém a porta entreaberta — algo que, segundo ele, é comum entre muitos profissionais do Pro Wrestling.
“Eu odeio a palavra aposentado porque fui forçado a me aposentar antes, em 2016. Então, nunca me considero totalmente aposentado. É assim que muitos de nós pensamos: ‘Acho que poderia fazer isso nesta situação, se fosse necessário’. Mas, na prática, aquele Bryan Danielson que eu costumava ser não existe mais.”
Ele admitiu que imaginava fazer participações esporádicas no futuro, mas a dor causada pelas constantes viagens para o Dynamite o fez encarar a realidade: seu corpo já não suporta esse ritmo, e proteger o pescoço virou prioridade.

Danielson contou que vinha lidando bem com suas lesões antes de assumir a função atual. O problema é que o aumento das viagens acelerou o desgaste, a ponto de colocá-lo perto de precisar de cirurgia.
“Eu gostaria de nunca fazer uma cirurgia no pescoço. Eu estava muito bem até começar a viajar mais, e então tudo piorou. Eu tinha essas ilusões de que talvez pudesse voltar e lutar um pouco. Agora vejo que eram ilusões. As viagens mostram que isso não seria uma boa ideia.”
Questionado sobre o tipo de luta que ainda conseguiria entregar, Danielson citou algo mais leve — algo próximo do que fazia no início da carreira, em acampamentos no Reino Unido, quando os combates eram mais voltados ao entretenimento do que à intensidade atlética.
O problema, segundo ele, é que esse estilo não combina com o que a audiência da AEW espera ver na televisão.
“Eu adoraria, mas não na TV. Acho que poderia fazer lutas divertidas e me divertir também. Mas não acho que esse seja o tipo de luta livre que os fãs pagariam para ver Bryan Danielson fazer na televisão.”
Fonte: Chris Van Vliet