
A TNA fez um anúncio histórico nesta segunda-feira, 2 de dezembro: a partir de 15 de janeiro de 2026, o Thursday Night iMPACT! passará a ser transmitido ao vivo pela AMC, provocando um abalo sísmico no mercado do pro-wrestling.
Apesar de a parceria com a WWE ainda ser incerta após o novo acordo — marcado por idas e vindas ao longo do dia — a TNA tem tudo para conquistar um crescimento comercial significativo com sua nova emissora, especialmente no alcance. Mesmo que a colaboração com a WWE venha de fato a ruir, a história da companhia de Nashville mostra que ela tem condições de caminhar com as próprias pernas.
Diferentemente do passado, quando o TNA iMPACT! estourou sua audiência na Spike TV, mas carecia de gestão — afinal, Dixie Carter entende de pro-wrestling tanto quanto eu entendo de medicina — a empresa hoje conta com uma equipe sólida, liderada por Carlos Silva. Embora Scott D’Amore, o precursor desta nova era, ainda devesse estar lá, é evidente que o grande trabalho segue sendo feito, mesmo em sua injusta ausência.

AEW deve ligar sinal de alerta imediatamente
Nesse cenário, é inevitável citar a AEW. A empresa de Tony Khan, embora consolidada e dona do melhor plantel do mundo em termos de pro-wrestling, enfrenta um futuro incerto. Com a possível compra da Warner Bros. Discovery pela Netflix, Dynamite e Collision podem ser deslocados para outro canal, dada a relação do serviço de streaming com a WWE. Somado a isso, os números de audiência — já abaixo do ideal desde o fim de 2024 — podem sofrer uma queda ainda mais acentuada.
A partir de 2026, fica claro que a competição direta da AEW deixa de ser a WWE e passa a ser a TNA. O Thursday Night iMPACT! tem grandes chances de superar a audiência do Collision, por exemplo, podendo competir em igualdade com o Dynamite. Caso a TNA ultrapasse a AEW, seria plausível admitir que parte do público estaria migrando para a nova potência, mesmo com os programas ocorrendo em dias diferentes.
Visto de fora, acredito que esse ressurgimento da TNA no universo das Big Leagues só traz benefícios. Uma concorrência maior obrigará WWE e AEW a focarem na melhoria de seus produtos, que, convenhamos, não vivem seus melhores dias.
No caso da AEW, a atual desorganização na equipe criativa e as decisões tomadas em cima da hora se tornam pontos de atenção imediata. A liderança controversa de Tony Khan nos bastidores é outro aspecto que precisa ser resolvido com urgência.
A WWE, apesar de seus problemas, conta com o dinheiro praticamente infinito da TKO e uma liderança robusta o suficiente para virar a empresa de cabeça para baixo, se necessário — algo que, neste momento, falta à AEW diante da complacência de Khan.