Comentários e Notas: ROH SuperCard of Honor 2022
No último dia 1 de abril, a ROH realizou seu primeiro grande evento após o hiato, o Supercard of Honor. Em uma noite cheia de ação, a empresa apresentou 12 combates de qualidade… mas será que foram mesmo ? Bem-vindos a mais uma edição do Comentários e Notas, o quadro onde avaliamos as lutas dos principais eventos das principais empresas atualmente no pro-wrestling.
Antes de começarmos, deixa eu dar um recado importante: O sistema de notas NÃO reflete sobre o que essas lutas aqui foram se comparadas com outras. Explicando melhor, não é porque uma luta aqui é nota 10 que ela se compara com lutas que foram 5 estrelas, nada disso, porém, pro padrão que o evento se propôs a apresentar, ela foi nota 10, deu pra entender direitinho ? Sem mais delongas, bora lá:
Blake Christian vs. Colt Cabana
Uma boa combinação de luta livre de Blake Christian e humor realizado por Colt Cabana, que voltou às raízes com seu retorno aos ringues da Ring of Honor. Christian teve um bom desempenho, mas fiquei surpreso que ele tenha perdido tão abruptamente nessa luta aqui. Ele ainda tem sérios problemas de carisma e a gimmick continua não encaixando, mas tem talento para fazer grandes coisas.
Vencedor: Colt Cabana – Nota: 6/10
AQA vs. Miranda Alize
Certamente houveram alguns momentos bem estranhos nessa luta aqui, sem contar que a falta de química entre as duas ficou bem aparente e a crowd não interagiu tanto. Ver a AQA gastar tempo na ROH para ganhar experiência é uma boa ideia, mas ainda acredito que desvalorizam a Alize com isso. Também não entendi muito bem o contexto geral da luta, já que a Alize usou golpes que encerrariam qualquer luta e a AQA continuou escapando.
Vencedora: AQA – Nota: 4,5/10
Gates of Agony vs. Shinobi Shadow Squad
Aqui vimos os novos clientes da Tully Blanchard Enterprises, Kaun e Toa Liona e, para ser sincero, acredito que podem gerar mais frutos do que a FTR por serem uma dupla nova e bem menos conhecida. Vale o destaque aqui para o Kaun, que eu realmente acho que pode se tornar um grande lutador solo no futuro, o Toa que é pura brutalidade e o Cheeseburguer que é bem talentoso. Combate curto, pouco a ser analisado.
Vencedores: Gates of Agony – Nota: 4/10
Dalton Castle vs. Joe Hendry
Aqui vimos uma luta até que sólida e que contou uma história bem básica de aproveitar a oportunidade. Hendry dominou partes da luta com sua força, mas Castle se manteve de pé e bastou um Bang-A-Rang para vencer. Castle sempre está over com o público da ROH e isso deu uma boa valorizada na luta, já que o Hendry continua tendo um carisma bem baixo com essa gimmick atual.
Vencedor: Dalton Castle – Nota: 5,5/10
Alex Zayne vs. Swerve Strickland
Eu gosto muito de ver os indy darlings lutando porque saem coisas muito boas, mas as vezes falta carisma e o Alex Zayne pode ser o maior exemplo disso. No entanto, eu gosto de valorizar os golpes e aqui tivemos um dos mais incríveis que eu já vi, que foi aquele Poisonrana sem cabimento e simplesmente lindo. Vitória até que meio óbvia do Swerve, mas o Zayne também teve uma boa performance. Resta saber o que vem para os dois agora.
Vencedor: Swerve Strickland – Nota: 7/10
Brian Cage vs. Ninja Mack
E aqui descobrimos quem era o terceiro cliente de Tully Blanchard: Brian Cage. Ele recebeu um bom pop do público e todo mundo, incluindo eu, ficou feliz ao vê-lo depois de ter ficado esperando por algo novo. Foi um verdadeiro squash e nem mesmo o Mack teve grandes chances de mostrar o que sabe, mas não acho que tenha sido a última aparição dele na empresa. Cage saiu bem grande do combate e deve receber chances maiores em breve.
Vencedor: Brian Cage – Nota: 5,5/10
Jay Lethal vs. Lee Moriarty
Essa luta levou alguns minutos para se conectar com os fãs, mas ficou muito boa do meio para o final. Moriarty tem esse estilo para fazer essas reversões rápidas e visualmente lindas, além dessas combinações de pinfall que dão muita aflição sobre quem vai vencer. Lethal o acompanhou o tempo todo até que ficou claro que ele estava sendo ultrapassado, e o golpe baixo que ele deu foi simplesmente incrível porque eu não esperava, especialmente pela cara do Lethal de ver que tinha feito algo de errado, como se estivesse com nojo de si mesmo.
Vencedor: Jay Lethal – Nota: 7,5/10
Mercedes Martinez vs. Willow Nightingale
Não tenho certeza do que aconteceu aqui, acho que Martinez pode ter errado alguns spots, e o Moonsault da Willow pode ter atordoado ela um pouco no final, mas a luta em si não foi a melhor que elas poderiam proporcionar. Não tinha muito sentido já que a campeã original iria lutar num evento bem próximo, e a crowd também não ajudou a deixar legal. Gosto da Mercedes, mas também acredito que a Willow poderia ter sido a vencedora com tranquilidade.
Vencedora: Mercedes Martinez – Nota: 5,5/10
Briscoe Brothers vs. FTR
Esses 27 minutos foram, sem dúvida alguma, uma luta que vai competir para combate do ano. Tudo estava no ponto, desde a inimizade entre as equipes que é tão rara no wrestling hoje em dia, a progressão, o ritmo, os spots, a consistência lógica, o selling e o final, que nos dá vencedores satisfatórios enquanto ainda dando a impressão de que os Briscoe Brothers poderiam vencer em uma futura revanche. Existem muitas outras lutas de duplas que as pessoas acabam não gostando por um motivo ou outro, mas essa aqui é simplesmente ótima.
Vencedores: FTR – Nota: 10/10
Minoru Suzuki vs. Rhett Titus
Eu não sei se eles estavam ficando sem tempo ou o quê, mas isso aqui pareceu muito estranho. Foram apenas 6 minutos de duração e nada de notável aconteceu. Eu entendo a ideia passada de que o Minoru poderia terminar a luta em qualquer momento, mas eu acredito que o campeão merecia um pouquinho mais de destaque. Mesmo assim, achei incrível o Minoru conquistar seu primeiro título na América, uma pena que não deva durar tanto assim.
Vencedor: Minoru Suzuki – Nota: 5/10
Josh Woods vs. Wheeler Yuta
Pure Rules são bem legais, basta dar uma chance. Nessa luta aqui faltaram reações do público porque acho que a maioria nunca tinha ouvido falar de Woods, e Yuta mal teve tempo de brilhar fora dos indys e dos últimos Dynamites, mas acho que eles conquistaram a multidão no final. Vimos um show técnico muito sólido com bons golpes de ambos os caras. Gostaria que o Woods tivesse mantido o cinturão, mas entendo que combina para a storyline do Yuta.
Vencedor: Wheeler Yuta – Nota: 6,5/10
Bandido vs. Jonathan Gresham
Isso aqui foi tão bom quanto eu esperava, mas o fato de acontecer só meses depois e com os dois homens mais preparados ajudou a melhorar. O estilo técnico de Gresham colidiu excelentemente com a mistura de força prática e de alto voo de Bandido. Há muitas sequências ótimas aqui, e Chavo tentando fazer com que Bandido quebrasse a honra foi um grande ponto para adicionar à história e protegê-lo um pouco na derrota. Evento principal incrível, Gresham é o cara certo para carregar a bandeira da ROH, mas Bandido é um dos maiores lutadores do mundo agora. E, preciso realmente falar o quão incrível foi ver Samoa Joe na ROH outra vez ?
Vencedor: Jonathan Gresham – Nota: 8,5/10
—
Na minha visão, a nota geral do evento foi um 9. Esse evento não só deu uma nova vida para a Ring of Honor, como também mostrou que agora sim a coisa vai andar de vez. Tirando algumas lutas aqui e ali, o evento foi praticamente perfeito e entregou vencedores legais, lutas muito boas e momentos marcantes. Se os eventos da empresa continuarem nessa pegada, o 10 vem.
Concorda ou não ? Coloca sua opinião aí nos comentários e bora discutir saudavelmente, belezinha ? Até mais!