Mesmo após deixar a WWE em maio deste ano, Shayna Baszler continua com rotina cheia no pro wrestling. Aos 45 anos, ela divide o tempo entre compromissos no cenário independente e um papel recorrente como “guest coach” nos bastidores do NXT.
Embora não tenha contrato como funcionária em tempo integral, Baszler mantém relação próxima com a empresa. Ela visita o Performance Center com frequência para ajudar no desenvolvimento de talentos e acompanhar o trabalho dos produtores.
Essa atuação fora dos holofotes começou ainda quando ela fazia parte do elenco principal. Segundo a própria lutadora, a transição para uma função de mentoria foi incentivada no momento do desligamento. A gestão deixou claro que havia interesse em manter essa colaboração aberta.
Em entrevista recente ao Chris Van Vliet, Baszler explicou como recebeu o convite e descreveu sua situação atual:
“Quando recebi a ligação sobre ser dispensada, também recebi uma ligação dizendo: ‘Sabe, tire um tempo, mas se ainda estiver interessada em continuar fazendo isso [treinar], estamos abertos a essa ideia’. Não sou oficialmente contratada, mas tenho um bom relacionamento com eles. Sou oficialmente treinadora convidada quando posso ou quando a oportunidade surge.”
Ela admitiu que o período inicial da cláusula de não competição de 90 dias foi difícil. Com o tempo, porém, a experiência nos bastidores se mostrou mais positiva do que o esperado.
Baszler passou a se envolver diretamente no crescimento dos atletas, ajudando a ligar ideias da equipe criativa com a execução nos ringues. A intenção é transformar essa função temporária em algo fixo no futuro.
Além do trabalho no NXT, onde apareceu no especial NXT Homecoming em setembro, Baszler segue ativa nos ringues de promoções independentes. Ela aceitou lutas em promoções como House of Glory e Prestige, além de ministrar seminários.
A forma como ela encara a carreira hoje, no entanto, mudou. O desgaste acumulado após 20 anos no MMA e mais de uma década no pro wrestling influenciou suas escolhas. O foco deixou de ser volume de datas ou retorno financeiro intenso.
Baszler explicou essa mudança de ritmo ao comentar a diferença entre sua postura atual e a de outros veteranos do circuito independente:
“Quero reagir e dizer ‘tenho 45 anos’, mas não é nem a minha idade, é a quilometragem. É apenas uma questão de qualidade de vida para o meu corpo, talvez. Descobri que, nas indies agora, não tenho aquela mesma correria de antes. Não quero carregar uma mala despachada de camisetas como Cardona. Aquele cara tem garra, ganha dinheiro e trabalha. Há pessoas assim nas indies, e eu fico tipo, cara, eu só quero lutar. O wrestling que estou fazendo agora é menos sobre ‘vamos ver o que posso fazer e chegar o mais longe que puder’, é mais para saciar esse apetite criativo em mim. Sinto realmente essa responsabilidade de passar adiante o que tenho para dar e manter vivo esse catch wrestling estilo shoot.”
Sobre um possível retorno aos ringues da WWE como competidora, Baszler não fecha portas. A empresa tem apoiado suas atividades fora do contrato e não impôs restrições. Ela deixou claro que avaliaria uma nova passagem caso surja uma proposta interessante ou caso ganhe destaque novamente no cenário independente.
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No momento, a prioridade segue sendo equilíbrio físico e a transmissão de conhecimento técnico para a próxima geração. Isso tem guiado suas decisões dentro e fora dos ringues.
Fonte: Chris Van Vliet